sexta-feira, julho 22, 2016

Aniversário

PALADINO 70 ANOS - PARTE IV


O PALADINO DE PAULO MADEIRA

Em continuidade ao Projeto Paladino 70 anos, nada melhor que nesta edição contar um pouco dessa história com uma pessoa que se destacou, não só no clube, mas também na sociedade local. Trata-se de Paulo Laércio Soares Madeira, ou simplesmente Paulo Madeira. Natural de Cruz Alta, Paulo se mudou na juventude para Porto Alegre, onde estudou e serviu a aeronáutica. Durante sua estada na capital um fato curioso, Paulo se tornou tricolor, ao cultivar amizade com os atletas gremistas daquela época.
Em 1959, o DAER (Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem) abriu uma sede em Santa Rosa, a desmembrando de Cruz Alta. “Meu pai me avisou que havia uma oportunidade de trabalho em Santa Rosa, achei que era a melhor chance na vida profissional naquela época e me fui rumo a Santa Rosa para seguir o ramo da família, já que minha família era por tradição de rodoviários. Então, cheguei a Santa Rosa, para ser servidor do DAER. Aqui casei e constitui família”.
Ao ser perguntado o porquê se tornou paladinense, Paulo sorri e responde: “Na capital jogava futebol sete e salão, acho que muito bem, pois atuava pela equipe da Aeronáutica, e até cheguei a jogar no Wallig (equipe que na época era uma expressão do futebol de salão do estado). Aí quando comecei a trabalhar no DAER, era colega do senhor Altidor Medeiros dos Santos, que na época era o presidente do Paladino. Após ficarem sabendo que jogava bem futebol de salão, me convidaram para treinar futebol de campo pelo Paladino. Aceitei o convite, e iniciei os treinamentos, eu era habilidoso, tinha técnica e um bom drible, me colocaram no ataque, jogar como ponta esquerda, fazia jogadas de qualidade e eficiência, mas não tinha resistência para voltar e marcar. O treinador Caieira me achava uma peça fundamental nos jogos fora de casa quando faltava algum jogador, não era aquele jogador para decidir jogos, mas sim, aquele que levava porrada dos adversários, pois era abusado, mas franzino. Um alvo propicio para o adversário. Após um período de treinamentos e jogos, percebi que a minha forma física não me ajudava, e em conversa com Caieira, decidimos que eu não ajudava o esperado pelo clube como atleta, mas como cartola poderia ser muito útil”.
Após a decisão de pendurar as chuteiras, Paulo começou a colaborar na secretaria do clube, passando por vários setores até ser Presidente em 1970/1971.
Em meio a lembranças Paulo se anima a lembrar como a cidade se mobilizava nos dias de clássicos contra o Aliança, “quando os jogos já eram disputados no Estádio Carlos Denardin, a torcida descia em massa pela Avenida America e as quadras ao redor ficavam lotadas de veículos. No final do jogo o movimento se repetia ao inverso, o da volta. Era muita gente, crianças, jovens, adultos, namorados, idosos, famílias inteiras, aos domingos a tarde, se dirigiam aos clássicos. Se transformando num verdadeiro espetáculo”.
Ao ser questionado sobre os melhores atletas e suas qualidades, Paulo frisou vários, mas os seus favoritos que vestiram a jaqueta vermelha, são: Chaqueño; Décio Zoehler, Pato (Bartolomeu Neis), Nique Zoehler e Lothário   Dreyer; Molita (Pedro Dias), Vado e Véio (Valdemar Santana); Charles Joner, Noli Joner e Miguelzinho.  Técnico: Artur Ribas, conhecido como Caieira, que veio de Cruz Alta e aqui se radicou. Segundo Paulo, pode haver controvérsia, mas esta é a sua seleção.
A conversa pendurou, as lembranças despertavam sorrisos no rosto de Paulo, mas um momento o deixou com um ar de angustia, mais precisamente quando foi perguntado, qual o motivo do Paladino parar com o futebol “a situação estava difícil, se tornou muito caro fazer futebol. E, isso não pesou só para Santa Rosa, mas para outras cidades da região e do estado também. Embora amador, os atletas de outras cidades, encareciam nos custos do clube. Era um semiprofissionalismo. E os dirigentes também foram cansando”. 
Com o futebol parado, abriu-se uma janela para outras atividades, com a assistência social. O clube se matem, com renda provindas de alugueis de seu patrimônio. “Hoje, estamos ainda com 10 paladinenses da velha guarda na direção. Os outros já nos deixaram. Por isso, estamos associando jovens, para dar continuidade ao trabalho social que o Paladino vem fazendo”.
O almoço festivo em comemoração aos 70 anos do Paladino que se realizará no dia 23 de julho de 2016, na sede do clube, homenageará  ex-atletas e colaboradores com a entrega da Medalha do Mérito Desportivo, por fazerem parte desta linda história dos 70 anos do Paladino.  Na próxima matéria estaremos divulgando os nomes das pessoas homenageadas.

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